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Portugal-2 Alemanha-4 (Euro 2020) - A Estratégia deve tornar-nos Invencíveis!

Após a derrota com a Alemanha por 4-2, Fernando Santos referiu que não foi surpreendido pela forma de jogar da Alemanha uma vez que eles mantiveram a estratégia do jogo anterior (derrota por 1-0 com a França).


Para este jogo, Fernando Santos queria pressionar os dois Médios Centro da Alemanha (Gundogan e Kroos).


Na preparação deste jogo o selecionador português constatou também que os 3 avançados da Alemanha (Gnabry, Muller e Havertz) colocavam-se muito em espaços interiores deixando os corredores para os Médios Ala (Kimmich e Gosens).


A estratégia de Fernando Santos para o jogo passava pela interação de movimentos entre os Defesas Laterais (Nélson Semedo e Raphael Guerreiro) e os Médios Ala (Bernardo Silva e Diogo Jota). Assim, os quatro jogadores deviam sincronizar os seus movimentos de forma a que quando a bola estivesse num corredor lateral, um dos jogadores do lado da bola (Defesa Lateral ou Médio Ala) teria de pressionar o portador adversário e os jogadores do outro lado (Defesa Lateral e Médio Ala) teriam de juntar-se à Linha Defensiva (Defesa Lateral a fechar dentro e Médio Ala a proporcionar amplitude defensiva). Esta estratégia foi pensada de forma a que os Médios Ala não tivessem que baixar sempre para a linha defensiva. Assim, recuavam à vez cada um de forma a se poder aproveitar as vulnerabilidades defensivas dos alemães (principalmente do seu lado esquerdo).

Na opinião de Fernando Santos a Alemanha foi previsível na forma como jogou e com todos os movimentos que fez, tudo estava detalhado e analisado.


Se no plano teórico tudo estava detalhado e com condições de se ter sucesso, a verdade é que na prática tal não se concretizou. Com apenas 3 dias para se preparar este jogo, esta estratégia dependia muito da sincronização de movimentos entre os 4 jogadores dos corredores laterais (Nélson Semedo, Bernardo Silva, Raphael Guerreiro e Diogo Jota) e da clara perceção dos momentos do jogo (quando os Defesas Laterais deviam estar dentro ou fora e quando os Médios Ala deviam estar subidos ou recuados). Analisando o jogo é possível também concluir que em determinadas situações era impossível que algum dos Médios Ala tivesse tempo de integrar a linha defensiva.


Sun Tzu no livro 'A Arte da Guerra' refere em relação às disposições táticas: "Os guerreiros hábeis dos tempos antigos tornavam-se primeiro invencíveis e esperavam depois por um momento de vulnerabilidade do inimigo. A invencibilidade depende da própria iniciativa, mas a vulnerabilidade do inimigo só deles mesmo depende."


Analisando os golos sofridos por Portugal na 1ª parte vemos que estávamos vulneráveis em determinadas situações...


1º Golo: Saída rápida da Alemanha desde trás, Bernardo Silva e Diogo Jota não chegam a tempo nem de pressionar no corredor (é Danilo que tem de sair do corredor central), nem de baixar para a Linha Defensiva (Gosens aparece sem oposição próxima dentro da área).


2º Golo: Diogo Jota começa por pressionar Ginter e Bernardo Silva está recuado junto à linha defensiva.


No momento em que a bola chega a Rudiger, cria-se uma situação de dúvida para a seleção portuguesa: quem deverá pressionar o defesa alemão? De acordo com a estratégia de jogo, Bernardo Silva vai ter de abandonar a linha defensiva e pressionar a bola, tendo Diogo Jota de se incorporar rapidamente na linha mais recuada.


Bernardo Silva pressiona a bola e deixa Gosens numa situação favorável para receber em profundidade, ficando evidente na imagem a vulnerabilidade de Portugal neste momento.


Com a bola em Gosens, Diogo Jota não tem tempo de se incorporar na Linha Defensiva, ficando Portugal com uma situação de inferioridade numérica (4x5) nas imediações da grande área.


Como poderia então Portugal garantir a invencibilidade neste jogo? Uma possível solução teria sido jogar com uma Linha Defensiva de 5 jogadores (por exemplo com Danilo incorporado entre Pepe e Rúben Dias), garantindo-se com esta disposição tática uma equipa equilibrada em todos os momentos do jogo, sem haver necessidade de movimentos e relações muito complexas entre os jogadores.


Aplicando esta disposição tática no 2º golo sofrido de Portugal podemos ver que seria difícil para a Alemanha ter criado vulnerabilidades a Portugal com a sua estratégia de jogo. Não haveria dúvidas entre quem deveria estar subido ou recuado e a Linha de 5 (fundamental para este jogo) estaria garantida constantemente.


Pedro Mendonça

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