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Portugal-2 Alemanha-4 (Euro 2020) - A Estratégia deve tornar-nos Invencíveis!

  • Foto do escritor: Pedro Mendonça
    Pedro Mendonça
  • 20 de jun. de 2021
  • 3 min de leitura

Após a derrota com a Alemanha por 4-2, Fernando Santos referiu que não foi surpreendido pela forma de jogar da Alemanha uma vez que eles mantiveram a estratégia do jogo anterior (derrota por 1-0 com a França).

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Para este jogo, Fernando Santos queria pressionar os dois Médios Centro da Alemanha (Gundogan e Kroos).

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Na preparação deste jogo o selecionador português constatou também que os 3 avançados da Alemanha (Gnabry, Muller e Havertz) colocavam-se muito em espaços interiores deixando os corredores para os Médios Ala (Kimmich e Gosens).

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A estratégia de Fernando Santos para o jogo passava pela interação de movimentos entre os Defesas Laterais (Nélson Semedo e Raphael Guerreiro) e os Médios Ala (Bernardo Silva e Diogo Jota). Assim, os quatro jogadores deviam sincronizar os seus movimentos de forma a que quando a bola estivesse num corredor lateral, um dos jogadores do lado da bola (Defesa Lateral ou Médio Ala) teria de pressionar o portador adversário e os jogadores do outro lado (Defesa Lateral e Médio Ala) teriam de juntar-se à Linha Defensiva (Defesa Lateral a fechar dentro e Médio Ala a proporcionar amplitude defensiva). Esta estratégia foi pensada de forma a que os Médios Ala não tivessem que baixar sempre para a linha defensiva. Assim, recuavam à vez cada um de forma a se poder aproveitar as vulnerabilidades defensivas dos alemães (principalmente do seu lado esquerdo).

Na opinião de Fernando Santos a Alemanha foi previsível na forma como jogou e com todos os movimentos que fez, tudo estava detalhado e analisado.

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Se no plano teórico tudo estava detalhado e com condições de se ter sucesso, a verdade é que na prática tal não se concretizou. Com apenas 3 dias para se preparar este jogo, esta estratégia dependia muito da sincronização de movimentos entre os 4 jogadores dos corredores laterais (Nélson Semedo, Bernardo Silva, Raphael Guerreiro e Diogo Jota) e da clara perceção dos momentos do jogo (quando os Defesas Laterais deviam estar dentro ou fora e quando os Médios Ala deviam estar subidos ou recuados). Analisando o jogo é possível também concluir que em determinadas situações era impossível que algum dos Médios Ala tivesse tempo de integrar a linha defensiva.

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Sun Tzu no livro 'A Arte da Guerra' refere em relação às disposições táticas: "Os guerreiros hábeis dos tempos antigos tornavam-se primeiro invencíveis e esperavam depois por um momento de vulnerabilidade do inimigo. A invencibilidade depende da própria iniciativa, mas a vulnerabilidade do inimigo só deles mesmo depende."


Analisando os golos sofridos por Portugal na 1ª parte vemos que estávamos vulneráveis em determinadas situações...


1º Golo: Saída rápida da Alemanha desde trás, Bernardo Silva e Diogo Jota não chegam a tempo nem de pressionar no corredor (é Danilo que tem de sair do corredor central), nem de baixar para a Linha Defensiva (Gosens aparece sem oposição próxima dentro da área).

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2º Golo: Diogo Jota começa por pressionar Ginter e Bernardo Silva está recuado junto à linha defensiva.

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No momento em que a bola chega a Rudiger, cria-se uma situação de dúvida para a seleção portuguesa: quem deverá pressionar o defesa alemão? De acordo com a estratégia de jogo, Bernardo Silva vai ter de abandonar a linha defensiva e pressionar a bola, tendo Diogo Jota de se incorporar rapidamente na linha mais recuada.

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Bernardo Silva pressiona a bola e deixa Gosens numa situação favorável para receber em profundidade, ficando evidente na imagem a vulnerabilidade de Portugal neste momento.

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Com a bola em Gosens, Diogo Jota não tem tempo de se incorporar na Linha Defensiva, ficando Portugal com uma situação de inferioridade numérica (4x5) nas imediações da grande área.

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Como poderia então Portugal garantir a invencibilidade neste jogo? Uma possível solução teria sido jogar com uma Linha Defensiva de 5 jogadores (por exemplo com Danilo incorporado entre Pepe e Rúben Dias), garantindo-se com esta disposição tática uma equipa equilibrada em todos os momentos do jogo, sem haver necessidade de movimentos e relações muito complexas entre os jogadores.

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Aplicando esta disposição tática no 2º golo sofrido de Portugal podemos ver que seria difícil para a Alemanha ter criado vulnerabilidades a Portugal com a sua estratégia de jogo. Não haveria dúvidas entre quem deveria estar subido ou recuado e a Linha de 5 (fundamental para este jogo) estaria garantida constantemente.

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Pedro Mendonça

 
 
 

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